quarta-feira, 7 de março de 2012

Leis? Para que elas servem mesmo?


Após o atropelamento de três ciclistas na última sexta-feira, pela primeira vez em anos, eu sou a favor de qualquer Bicicletada que houver neste país ou no mundo afora.

Não adianta mais ser educado, fazer a coisa direito, porque mesmo na base da pressão as coisas não estão mudando, e não sei se estou sendo pessimista, mas não vejo muitas mudanças num futuro mais próximo.

Ontem enquanto eu caminhava para ir dar aula fiquei pensando no dia que eu estava voltando da faculdade, com a minha bike, quando um carro passou por mim em alta velocidade me deixando completamente assustada. Não por que eu estava pedalando, mas porque ali é uma via de velocidade máxima de 40km/h e o motorista devia estar a 100km/h.

O medo foi tão grande que eu já fiquei imaginando o carro perdendo o controle e atingindo um dos buffets infantis que tem nesta rua. Eu até parei de pedalar porque eu fiquei horrorizada com a imagem que eu criei em minha mente.

Paranóia minha? Pode até ser. Mas que isso era possível de acontecer, isso era sim.

Agora eu penso: para que servem as leis se a maioria das pessoas não as obedece?

Será que não seria um tempo e desgaste perdido à toa?

- Ah, Tânia, mas não tinha ninguém ali para multá-lo ou reprimi-lo do ocorrido.

Ah, então as coisas funcionam assim? Ninguém está olhando, então eu vou fazer porque acho mais fácil?

Eu sou professora há três anos, e eu também tenho umas regras a seguir, porque eu sou a primeira pessoa a dar o exemplo para os meus alunos. Corrijo as lições dentro do prazo, nunca chego atrasada, nunca dou aula de mau humor, incentivo meus alunos, afinal de contas, se eu fizer o inverso disso tudo, meus alunos não vão mais me respeitar e, pior, farão o mesmo que eu faço e ainda pior. E olha, que hoje a educação deste país está indo de mal a pior.

Agora imagine como fica o trânsito quando todos não resolver fazer o que as leis de trânsito pedem. E não falo só de motoristas, não. Eu falo também de ciclistas.

Alguns ciclistas desconhecem as leis, mas outros fazem o mesmo que o motorista fez naquele dia, vão à surdina porque não tem ninguém olhando.

Então vamos fazer mais bicicletadas, passeatas e manifestações. Vamos ensinar os outros ciclistas a respeitar as leis de trânsito e vamos mostrar aos motoristas e pedestres que nós fazemos parte do trânsito, que a bicicleta é um veículo e tanto pode como deve pedalar nas ruas, e não nas calçadas ou em parques.

Mas ao mesmo tempo, vamos mostrar para os motoristas e pedestres que as leis estão ai, que elas existem, e que precisam ser respeitadas.

Todos nós fazemos parte do trânsito: eu, sua mãe, seu filho, sua família!

E qualquer um está sujeito a morrer o trânsito. Por isso, pedalar não é perigoso, perigoso é fazer as coisas erradas porque os outros não estão vendo.

Não coloque a sua vida, e principalmente, a vida dos outros em risco.

Respeitem-se. Respeitem a vida.

“Educar é preciso. Mas punir aqueles que não nos respeitam, também!” – Renata Falzoni.

Boas pedaladas.

Nenhum comentário: